Olá, quem escreve aqui é Dr. Rosalvo Amaral Junior, ortodontista e responsável pelo CenpreOrto, Centro de Prevenção em Odontologia e Ortodontia.
Muitos contatos que recebemos em nossa clínica são perguntas como: “Quero trocar de ortodontista, quanto custa a manutenção? ” Ou “Comecei meu tratamento em outra cidade e mudei para Curitiba. Quanto custa a manutenção?
Penso que a imagem que as pessoas têm é de que indo uma vez ao mês ao dentista a dita “manutenção” é um ato repetitivo e comum a todos os tratamentos ortodônticos, e que todos os profissionais que foram formados e treinados em ortodontia vão executar mecanicamente um mesmo procedimento.
Não é responsabilidade da pessoa, pois ela confia em um profissional que não explicou o mínimo do que é um tratamento ortodôntico. De como é a construção de um sorriso. Não houve a preocupação em educar em saúde bucal ou no que atualmente se chama letramento em saúde bucal.
Em primeiro lugar, não é uma manutenção. Manutenção é para manter como está alguma coisa. O que precisamos é fazer o tratamento avançar. Tomar medidas que movimentem os dentes em direção ao sorriso e para a oclusão (mordida) a ser alcançada. E qual sorriso e “mordida” a ser atingida.
Uso muitas comparações para explicar este processo. A mais comum é a de construção, reforma, de nossa casa. Para construirmos nossa casa precisamos que um arquiteto ou engenheiro projete a casa.
Projeto: Análise do terreno. É preciso ou não preparar o terreno. Feito isto faz-se as fundações. Levantam-se paredes deixando tubulações já preparadas para eletricidade, agua, internet. Vem o telhado. Acabamento da construção. Portas, janelas, Pintura. Enfim pronta.
Para cada fase há trabalho em sequência de pessoas, usando inteligência, força e habilidade, não é?
Muito bem. Vamos construir sorrisos?
- Analisamos o terreno: São as arcadas dentárias, característica de rosto, se ainda vai crescer ou não. Genética familiar. Saúde geral. O que o dono do futuro sorriso deseja ou imagina ser possível.
- Preparando o terreno, se preciso. Modificações esqueléticas são possíveis e/ou necessárias?
- Levantando as paredes. Para onde e como os dentes vão ser movimentados? Eles podem ser movimentados? Escolhemos o aparelho. O movimento dentário é feito como passo a passo assim como a colocação de tijolos numa parede em construção. Pouco a pouco, passo a passo. Confere o prumo da parede. Observações se não há nada de errado (consultas de acompanhamento e ativação) do início ao fim do tratamento.
- Terminaram os movimentos? Os dentes estão encaixados? O sorriso se desenhou como planejamos? Remoção do aparelho. Pode-se melhorar a estética da cor? (Clareamentos). Pode-se melhorar o formato do dente? (Anatomizações com resinas, facetas, lentes de contato)
Enfim, o planejamento realizado, ou o projeto do sorriso é feito antes pelo profissional ou por uma equipe de profissionais, estipulando cada passo para chegar ao objetivo combinado. As consultas chamadas “manutenções” são programadas para avaliação e dar andamento ao passo seguinte.
Projetos são únicos e individualizados. Se muda o profissional responsável pode ser necessário mudar o projeto pois nós, profissionais de odontologia somos formados em técnicas e escolas diferentes, podemos ser mais conservadores ou radicais, podemos trabalhar melhor com um aparelho. Tudo isso é normal se o cliente está informado adequadamente do que pode acontecer e se há caminhos alternativos.
Os projetos agora na ortodontia digital são mais fáceis de visualizar e mais previsíveis que os anteriores usados na odontologia, mas fica para uma outra oportunidade.
Um grande professor um dia me disse: “O que se diz antes no projeto de tratamento é a sabedoria do momento, o que se diz depois que resultados diferentes acontecem, é desculpa”. Escreva o que acha deste texto nos comentários. Até a próxima.