Projeto Sorriso Parte Zero
Olá, aqui quem escreve novamente é Dr. Rosalvo. Gostaria de retomar o texto anterior (se não leu, volte atrás e leia). Falar sobre o projeto de adequação, construção, reconstrução do sorriso ou outra palavra qualquer que dê significado a atingir o melhor sorriso que a gente possa conseguir e/ou imaginar.
Quando se inicia o projeto? Ainda não pretendo falar de técnicas, softwares, captação de imagens, etc. Vou falar da concepção de um novo ser humano. A combinação genética do papai e da mamãe que vai gerar um bebê fofo que traz informações de toda uma arvore genealógica, de “zilhões” de combinações que, pasmem vocês, resultará em alguém muito parecido e similar com seus familiares, e pasmem de novo, com face, arcadas dentárias, dentes (ainda em formação) e sorriso com anatomias próximas daqueles que o antecederam nesta vida. “ A fruta não cai longe do pé”.
Estudos da Universidade de Aberdeen, Escócia demonstram que o crânio do recém-nascido já exibe 60 a 65% do seu tamanho final. Já algumas medidas da face (altura e largura) apresentam de 25 a 60% do tamanho final no adulto. Assim, o projeto genético de anatomia da futura mordida e do futuro sorriso já se apresenta com uma % alta já determinada.
Você mamãe, você papai, se geraram o bebê (digo isso pois temos adoção, inseminação artificial, que não permitem muitas vezes termos esta informação) vão, em algum momento se perguntarem se a criança vai passar pelas mesmas dificuldades que passaram nos cuidados com a saúde bucal e especialmente com a ortodontia, com o uso de aparelhos, se terá a necessidade ou não de perder dentes saudáveis para obter o sorriso harmonioso.
A resposta não é fácil e nem simples. Além da informação genética o “meio-ambiente” vai influenciar, dependendo da forma que a pessoa vive, de quais estímulos que recebe, dos cuidados de saúde que tem acesso. Este “meio-ambiente” pode favorecer um bom desenvolvimento facial e dentário, mas também pode potencializar problemas que a combinação genética traz.
Dra. Wilma Alexandre Simões, nossa mestra em Ortopedia Funcional dos Maxilares conceituou a prevenção das má-oclusões (mordidas com problemas) em níveis.
Ela chamou de Nível Nobre de Prevenção a preservação de funções vitais para a saúde do ser humano e que influenciam positivamente para o desenvolvimento dentário e facial.
O que então podemos fazer para auxiliar no bom desenvolvimento facial de um bebê.
1) A manutenção da respiração predominante pelo nariz:
Cuidar incessantemente para que esta predominância de respiração nasal se mantenha por toda a vida. Sejam infecções nas vias respiratórias, alergias, ou obstruções anatômicas que dificultem a respiração pelo nariz, todas devem ser rigorosamente diagnosticadas, tratadas e acompanhadas pela medicina e muitas vezes orientadas para fisioterapias respiratórias.
2) Amamentação no seio/ Alimentação
Nossos bebês, na ”ordenha” em busca do leite materno desenvolvem funções além a questão nutricional. Além dos benefícios funcionais e emocionais desta alimentação, esta “musculação” executada molda os ossos faciais e arcadas dentárias para que possamos ter mais chances de uma “mordida” correta se estabelecer.
Introdução de alimentos sólidos quando possível.
Na transição da amamentação para a alimentação com sólidos é importante ressaltar que a mastigação se aprende. Ela precisa ser treinada com alimentos que exijam a coordenação dos movimentos mandibulares e já com a presença de alguns dentes. São movimentos e forças importantes para que continuamente sejam estimulados os crescimentos adequados da face e das arcadas.
3 e 4) Higiene bucal e odontopediatria oportuna, incluindo prevenção e tratamento de cáries, tratamento de infecções, orientação mastigatória e ajustes dentários para possibilitar os movimentos mastigatórios normais.
Eu acrescentaria o cuidado no hábito de sucção não nutritiva de dedo e de chupetas, e a introdução das mamadeiras pois seus estímulos podem ser neutros, negativos ou muito negativos para o desenvolvimento funcional da face e das arcadas. As várias combinações entre o biotipo facial herdado, o sucesso na manutenção da respiração nasal predominante e amamentação/mastigação vão definir se o desenvolvimento da mordida correta tem maior risco de ser negativamente afetado por estes hábitos.
Este conhecimento e informação está generalizado. É preciso individualizar cada caso, cada criança cada família. Um profissional bem formado em Ortopedia Funcional dos Maxilares/Ortodontia saberá evidenciar particularidades no diagnóstico, estabelecimento de risco e procedimentos a serem adotados para quaisquer faixas etárias.
Prevenção integral é ter acesso a conhecimentos que podem mudar histórias em saúde, é intervir precocemente quando necessário, é ser eficiente e eficaz dentro do conhecimento científico disponível.
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